Grande Oriente Maçônico para os Países de Língua Portuguesa
“A Pedra Bruta”
“Conhecer-se e aperfeiçoar-se”. Simboliza o início do aperfeiçoamento moral que deve ser buscado por todo ser humano, em especial para o Maçom, deve ser um objetivo a ser alcançado, através de sua condição moral e sucessivas transformações, transmutando simbolicamente a pedra bruta em Pedra Cúbica ou Polida. Esta conquista representa a regeneração, pois, o bem e o mal estão aparentemente ligados e separados apenas por uma tênue linha. O principal e mais árduo trabalho do Aprendiz é transmutar o vermelho da natureza inferior transformando-o no puro ouro da natureza superior.
Com equilíbrio e completa paz interior, poderá o iniciado coibir as imperfeições dos erros, as asperezas do orgulho e da vaidade; dessa forma, conseguirás lapidar seu ser, num processo de aprendizado longo que dura toda uma vida, tendo como recompensa o aprimoramento espiritual e a edificação do Templo interior.
Esse ajuste não é fácil, sabemos que além do longo e efetivo aprendizado, o desbaste da pedra é alcançado com o exercício da paciência, do trabalho e do crescimento interior, livres de preconceitos e vícios do mundo profano. O ser humano que permanece acorrentado interiormente será um eterno escravo, mesmo que seja um rei. Partindo dessa premissa, para uma verdadeira libertação utilizamos o Malho, sendo uma de suas alegorias, o emblema do trabalho e da força material auxiliando o iniciado a derrubar seus obstáculos e superar suas dificuldades. Enquanto o Cinzel, seguindo mesma linha de raciocínio, representa a beleza da escultura, a arquitetura e as artes belas, sendo, contudo um instrumento praticamente nulo sem a utilização do Malho. Significando que ambos os instrumentos devem ser sempre empregados em conjunto e de forma inseparável, para produzirem seus melhores e mais importantes efeitos. O Cinzel aplicado sobre a pedra, empunhado pela mão esquerda, representa o lado passivo, correspondendo a receptividade intelectual, ao discernimento especulativo. O Malho representa também, a vontade executada, que na mão direita representa o lado ativo e está relacionado a energia que age, e com determinação moral, cujo o resultado é a realização prática.
Contudo, não devemos abster-nos da paciência, perseverança e da tolerância que são peças fundamentais na ascensão dos degraus que conduziram ao aperfeiçoamento e transformação dos seres, cada vez mais equilibrados, conscientes e sábios. Construindo um Templo com alicerces profundos e vigorosos, evitando desta forma, que o vento mais forte abale suas estruturas e corrompa toda a edificação.
Como a pedra bruta, está diretamente relacionada com os instrumentos de desbastação, sendo que o Maço seria o instrumento mais importante, pois nenhuma obra manual poderá ser acabada sem o mesmo, ensinando que a habilidade sem o emprego da razão é de pouco valor. Inutilmente, o espírito conceberá e o cérebro projetará, se a mão não estiver pronta para o trabalho. É através de repetidos esforços que o material de forma grosseira adquire um fino polimento. E através desses repetidos atos que se manifesta a virtude, a iluminação da inteligência e a purificação da alma. Tendo ainda como princípios salutares:
A Verdade, a Liberdade e a Lei Moral por princípios;
A Igualdade, a Fraternidade e a Caridade por frutos; e
A Virtude, a Sociabilidade e o Progresso por finalidade.
O Templo simbólico de ser construído pela união de todos os elementos morais que deve ser o ornamento de todo Maçom.
A Pedra Bruta simboliza, portanto, que o Aprendiz-Maçom deve ser induzido a trabalhar no seu desbaste, porque possui formas imperfeitas, objetivando a sua lapidação. O transformar, então, de uma pedra informe numa pedra esculpida representa que o ser adquiriu força de caráter voltado para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e ambição, que se verdadeiramente postos em prática contribuirá para uma contínua transformação do Mundo para melhor.
“A perfeição não é como uma flor que pode ser colhida.
É como uma montanha, que passo a passo, deve ser escalada”.
Oriente do Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2014.
Antonio Jairo Inglat – CIM126.310.021/14 - Aprendiz Maçom.