Grande Oriente Maçônico para os Países de Língua Portuguesa
“Por Que Sou Maçom”
Já dizia Willian Shakespeare, na peça “a tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, ato III cena I:
Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e flechas Com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer... dormir: não mais. Dizer que rematamos com um sono a angústia E as mil pelejas naturais-herança do homem: Morrer para dormir... é uma consumação Que bem merece e desejamos com fervor...
(grifo meu)
Ser Maçom é sobre tudo uma razão de ser. É poder olhar por sobre os rios, os montes e o distante horizonte com o profundo sentimento de nossa própria pequenez no vasto panorama de tudo que nos rodeia e, mesmo assim, conservar nossa fé, coragem e a esperança que são as raízes de toda a virtude. Mesmo assumindo esta pequenez é ter consciência que podemos se tornar um gigante em sabedoria e exemplo, bastando apenas, trilhar pela fenda do conhecimento imensurável. Lutando arduamente, dia após dia contra os inimigos mais poderosos, que são os medos, os vícios, a tirania, preconceitos e a cegueira que norteiam quase uma totalidade da humanidade.
Sem soma de dúvidas participamos do seio de uma família universal e somos reconhecidos pela mesma. Porém, não basta apenas o reconhecimento como tal, devemos sempre realizar uma grande viagem ao interior, buscando as falhas e os caminhos que levará a plenitude de virtude; trabalhar a pedra bruta, que somos nós mesmos, quando compreendemos este enigma começamos a observar o mundo que nos rodeia com olhos diferentes. Porém, não devemos esquecer nunca que transformar a pedra bruta é um trabalho árduo que requer paciência, muito trabalho e crescimento, desfazendo todas as arestas que possibilitam o surgimento da virtude, banindo todos os vícios, e transformando algo bruto em útil para si mesmo e para a sociedade. Assim percebe-se que tudo pode ser e deve ser mudado, basta ter fé em si mesmo e transformar todo o conhecimento adquirido numa espada flamejante contra o mal, não se esquecendo de viver um bom combate com o coração repleto de uma excelente canção.
Porque somos escolhidos e como tal devemos trilhar pelo caminho que conduz a Verdade e a Fraternidade. Somos homens livres e de bons costumes, com um coração sensível ao Bem comum. Somos homens independentes, mesmo quando obrigados a viver em uma sociedade oprimida, seja pela falta de liberdade ou anarquia, mesmo que não nos permitam à liberdade de movimento, mesmo assim, não serão capazes de aprisionar nossa liberdade de raciocínio e o cultivo as boas tradições. Buscamos incessantemente, a Justiça e a Igualdade, e principalmente sonhamos com a Liberdade para toda a humanidade. Combatendo o mal e praticando o bem pelo mundo, este é a razão de ser Maçom, sem temer os obstáculos que advém em toda batalha. Enfrentando tudo que se opõe ao progresso da humanidade, da ignorância ao fanatismo e da debilidade à inconsciência. Tornando-se assim, satisfeito por viver na busca de um ideal sublime sem medo de morrer.
Somos Maçom, porque remetemos todas as coisas a justiça e a verdade, desprendidos de preconceitos, tratamos todos com igualdade, temos o dever de viver em irmandade, respeito e união. Agimos com o espírito de edificar Templos à virtude e cavar masmorras aos vícios, buscando o aperfeiçoamento da sociedade enquanto meio civilizado; buscamos os estudos e trabalhos visando à soma da Verdade e Luz. Entendemos que ser Maçom é, antes de tudo, um estado de espírito, cujo engajamos de corpo e alma, na sublime tarefa de tornar feliz a humanidade, se auto-aperfeiçoando, construindo dessa forma, o nosso Templo Filosófico.
Finalmente, estamos sempre preocupados com o aperfeiçoamento, visando trabalhar a Pedra Bruta para cumprir nossas promessas e ao mesmo tempo contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e perfeita.
Oriente do Rio de Janeiro, 09 de Abril de 2014.
Antonio Jairo Inglat – CIM126.310.021/14 - Aprendiz Maçom.