Grande Oriente Maçônico para os Países de Língua Portuguesa
“Minha Iniciação”
Num certo momento, parei diante de mim mesmo com as seguintes indagações: E agora? O que fazer? Depois de alguns momentos refletindo sobre tudo que estava acontecendo, resolvi me entregar de corpo e alma a inusitada situação.
Após ouvir todas as orientações, iniciei um processo de exercício mental para tranqüilizar a mente, visto que a mente é como água e barro dentro de um recipiente, se agitamos, não conseguiremos identificar a água e nem o barro, mas se deixamos por algum tempo em repouso, logo, o barro ao se separar da água cristalina tornar-se-á visível. Assim também funciona a mente em turbulência, nada pode ser percebido. Quando alcançamos um relaxamento mental tudo se torna claro e podemos identificar os problemas e as suas soluções.
Após ultrapassar essas barreiras que me impossibilitavam de continuar, criei um cenário para vivenciar e experimentar o desconhecido. Tal como supunham, “A câmara das reflexões”. Ambiente escuro, sombrio e mórbido, com uma pequena vela acesa e alguns símbolos fúnebres. Observa-se nesta passagem o papel da morte proporcionando um novo nascimento, onde pode ser percebido que o ser humano pode morrer e renascer para crescer interiormente, renascer sob os auspícios da luz.
Observa-se ainda, que o ser humano deve perseverar e buscar sempre a amplitude intelectual e espiritual, visando sua elevação do abismo das trevas, por conseqüência estará sob os raios solares.
Em contrapartida, diante do exposto cenário e de primeira mão, vem logo a mente a questão de luz e trevas, que também pode-se concluir, que não existe as trevas. A luz é proveniente da luz da vela, até porque as trevas não possuem princípio criador. O grande mistério realmente são as trevas. Se há luz, não há trevas; se não há luz, as trevas aparecem. Após uma profunda reflexão do que chamamos de trevas, chega-se a seguinte conclusão de que trevas é simplesmente a ausência de luz. Somente isso. Toda escuridão é ausência de luz. Sem a luz do amor, cria-se o ódio. Sem a luz da sabedoria, cria-se a ignorância.
Percebe-se que após reflexões mais profundas, a mente é inundada por uma luz poderosíssima que antes, se encontrava estacionária dentro meu ser; agora percebo o significado da citação: “Antes de tudo conheça a ti mesmo”. Conhecendo minhas virtudes e defeitos, capacidades e limitações; poderei viabilizar mecanismos para uma mudança drástica e positiva na busca da perfeição interior. Mas, é preciso estar sempre alerta e acordado mentalmente para fazer uso desta maravilhosa luz; não poderei jamais dormir, ou seja, se minha consciência não estiver desperta, fatalmente darei um passo atrás, retornando ao estado de sono profundo, adormecido nas trevas da intelectualidade e da felicidade.
Após atingir tais estágios de percepção fui tomado por uma energia protetora e revitalizadora. Senti a necessidade de agradecer por estar vivo, pela beleza da vida, pela minha existência, pelo meu corpo e por minha saúde. Percebo que esta prática é a chave para criar uma harmonia interior, sintonizando-me com a vida e com o Criador. E agora entendo que posso mudar a mim mesmo e que esta mudança desencadeará a mudança de tudo que se encontra ao meu redor. Porém, deverei ter sempre em mente que a vida é feita de escolhas, estas, vem acompanhadas de consequências; por isso todo cuidado em escolher será fundamental no caminho. Daqui em diante será fundamental a questão da ponderação, pois a precipitação trará consequências inevitáveis. Certo de que toda ação tem uma reação, ou seja, um preço que terei que pagar por uma atitude precipitada.
Equilíbrio e harmonia são os princípios fundamentais em diversos momentos da vida. Como a sabedoria oriental cita:
“O homem sábio sabe se conduzir, é maleável e pisa sobre o firme, mas sabe também ser firme ao pisar no maleável”.
Oriente do Rio de Janeiro, 06 de Abril de 2014.
Antonio Jairo Inglat – CIM126.310.021/14 - Aprendiz Maçom.