Esquema desviou US$ 40 mi doados a sobreviventes do Holocausto
G1
Milhões de dólares que deviam ajudar sobreviventes do Holocausto acabaram sendo desviados por pessoas que não tinham direito ao benefício, disseram autoridades do Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta terça-feira (9), informa a rede americana NBC. De acordo com o FBI (polícia federal americana), funcionários responsáveis por verificar as solicitações de organizações que arrecadam fundos para a comunidade judaica vítima do Holocausto facilitaram a fraude. Investigadores disseram que, em troca de propina, os colaboradores aprovaram falsas declarações, em parte apresentadas por imigrantes russos que alegaram que tiveram suas casas e pertences perdidos durante o período nazista. Dezessete pessoas são acusadas de participar da fraude. Segundo os investigadores, Semen Domnitser é um dos funcionários acusados de assinar declarações fraudulentas de mais de 4 mil pessoas. Estima-se que mais de US$ 40 milhões em recursos do governo alemão aos sobreviventes foram desviados, de acordo com procuradores. A organização Claims Conference foi a primeira a descobrir a fraude e alertou o FBI sobre o esquema. Um dos fundos supostamente roubados foi o “Fundo Hardship”, que paga cerca de US$ 3,6 mil para cidadãos da antiga União Soviética e do Leste Europeu se eles comprovarem que perderam suas casas e viveram clandestinos durante a Segunda Guerra. Outras vítimas podem receber pagamentos de até US$ 21 mil anualmente se provarem que sofreram perseguição durante o período nazista. “Estamos chocados com o fato de que indivíduos possam roubar dinheiro destinado a sobreviventes do pior crime da história”, disse Julius Berman, presidente da Claims Conference. “É uma afronta à decência humana. Como vítima deste esquema complexo, a Claims Conference é grata pelo enorme trabalho do FBI em investigar o caso.” Como parte do esquema, segundo investigadores, o grupo colocou anúncios em jornais de língua russa procurando indivíduos que pudessem fornecer documentos que mostrassem que estavam vivos e viveram nas regiões afetadas. O grupo também apresentou documentos e fotos semelhantes em diferentes solicitações para os serviços de assistência. O esquema funcionava desde 1994. Uma casa no bairro do Brooklyn servia de local para que os falsos documentos fossem produzidos, segundo a investigação. Quando alguns dos acusados souberam que eram alvo de uma investigação do FBI, ofereceram propina a algumas testemunhas, na tentativa de impedir que colaborassem com a polícia. De acordo com a polícia, somente um dos fundos de assistência teria produzido 4.957 falsos pedidos de reparação, o que resultaria em US$ 18 milhões desviados. A Claims Conference teria perdido outros US$ 24,5 milhões em 658 fraudes.
FONTE:
http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=141174