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O Mártir da Paz - Rudolf Hess

Rudolf Hess - Mártir da paz


Neste prédio só existia um prisioneiro. Estava lá dentro há 40 anos, guarnecido alternadamente por forças americanas, inglesas, russas e francesas, um mês para cada potência.


Estava isolado; não sabia o que se passava no mundo, pois só recebia notícias científicas; estava com mais de 90 anos (em 1987) de idade, mas resistia. Parecia que às vezes ainda cantava, sozinho, canções de tempos antigos.


Condenado à prisão perpétua, é mais uma vítima do Linchamento de Nuremberg, seu CRIME: em 1941 ter voado à Inglaterra, para tentar acabar com a guerra entre Grã-Bretanha e Alemanha, propondo a Paz. O nome do prisioneiro: Rudolf Hess.


O 17 de agosto é um dia importante para todos nós que acreditamos na paz construtiva e justa, e na irmandade entre todos os povos da Europa e do mundo.


Em 17 de agosto de 1987 foi assassinado na prisão de Spandau, e depois de 42 anos de encarceramento, Rudolf Hess, estrangulado por seus carcereiros ingleses à idade de 93 anos.


Mas, quem era Rudolf Hess?


Rudolf Hess nasceu em 26 de abril de 1894 em Alexandria (Egito). Cedo foi viver a Alemanha, de onde eram seus pais. Quando estoura a I Guerra Mundial, em 1914, ele tinha 20 anos e se alistou voluntariamente para lutar por sua pátria, sendo piloto de combate e participando em numerosos combates aéreos onde demonstrou seu valor e perícia como piloto de guerra. Depois da guerra, em 1920, e com 26 anos ingressou no Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (N.S.D.A.P.)


Três anos depois, o 9 de novembro de 1923, participou no putsch de Munique, pelo que foi condenado, junto com Hitler a quatro anos de prisão, condenação que foi posteriormente reduzida a treze meses no cárcere de Landsberg, onde colaborou com Hitler na redação do Mein Kampf. Ambos abandonaram a prisão de Landsberg no ano 1924. A começo dos anos 30 foi nomeado Presidente do Comitê Central do NSDAP.


Quando o Partido conquista o Estado democraticamente em 1933, Hess foi nomeado Ministro sem pasta. Foi igualmente secretário particular e lugar-tenente de Hitler. Rudolf Hess pronunciou numerosos e brilhantes discursos na qualidade de um dos principais líderes do Partido. Mas, se Hess foi o grande mártir do Nacional-Socialismo foi devido a uma missão que levou a cabo e mudou sua vida para sempre.




Situemo-nos naquele momento histórico. Uma vez começada a Segunda Guerra Mundial, depois da derrota inglesa em Creta e do vitorioso contra-ataque do Marechal Erwin Rommel na África do Norte, a situação voltou a piorar para a URSS, em vigília de um ataque geral da Wehrmacht. A Inglaterra não podia jogar-lhe mais “capotes” ao touro alemão para desviar-lhe de seu objetivo.


A Turquia, por sua vez, ignorando as indicações de Londres e Washington, tinha assinado um pacto de não-agressão com a Alemanha, enquanto a Bulgária, que tinha participado, com suas tropas, na ocupação das duas Macedônias, grega e iugoslava, relevando-se em tal missão às tropas alemãs e italianas. Romênia, Eslováquia e Finlândia, diretamente ameaçadas por Moscou, aderiam ao Pacto Tripartite.


Croácia seguiria mais tarde, já que em abril de 1941, sob a presidência do croata Ante Pavelic, constituiu-se no Estado croata independente, que permaneceria fiel a sua aliança com o III Reich até o final da guerra. Hungria ocupou o Bánato, enquanto na Sérvia e Eslovênia se estabeleciam governos locais de tipo fascista. Suécia e Espanha tinham assinado sua neutralidade, o mesmo que Suíça, Portugal e Irlanda, conquanto Espanha, mais do que neutral era “não beligerante” mais favorável ao Eixo, e no caso da Irlanda, manteve sua neutralidade simpatizante com a Alemanha NS, resistindo a terríveis pressões de toda ordem de seu poderoso vizinho inglês.


Não restavam muitos mais escravos europeus para morrer pela Inglaterra e, muito menos, por Moscou e "Jew" York!. Roosevelt não tinha ainda podido vencer a formidável oposição do Senado e do Congresso norte-americanos, arredios a deixar-se enredar numa guerra alheia (o mais do que conveniente ataque à Pearl Harbor- e suspeitíssimo, tal qual o 11/9 - ainda não havia acontecido).


Naquele momento, e antes de decidir-se a pôr em marcha o mecanismo da Operação “Barbarossa”, adiantando-se ao esperado ataque da URSS a Alemanha, Hitler quis fazer mais uma (dentre as tantas outras) tentativa para chegar à cessação de hostilidades com Inglaterra.


Prisão de Spandau, em Berlim.


Em 10 de maio de 1941, Rudolf Hess, lugar-tenente do Führer e destacado líder do NSDAP, arriscou sua vida para conseguir a paz. Pilotando um “Messerschmitt ME 109”, conseguiu burlar a vigilância das patrulhas da RAF e aterrissou na Escócia. Seu propósito era contatar o duque de Hamilton, antigo amigo seu e muito influente na Corte. Hess confiava em que o duque de Hamilton lhe ajudaria a conseguir uma audiência com Jorge VI e com Churchill para convencer-lhes de que “o Führer não quer continuar esta guerra insensata” e de que “o verdadeiro inimigo está na Rússia”. (ler a obra de Martin Allen - "A Missão Secreta de Rudolf Hess").


Hess propunha, novamente, uma paz-empate, a condição de que se deixassem mãos livres da Alemanha frente à URSS. Como garantia das intenções do Reich de cumprir o pactuado, o próprio Hess se oferecia como refém.


Não há que esquecer que, no momento em que Hess se apresentou na Inglaterra com sua missão de paz, a Alemanha aparecia como muito provável vencedora. A Inglaterra tinha sido batida em todas as partes, França, Bélgica, Noruega, Iugoslávia, Grécia, Líbia, … inclusive nos mares.


Todos os seus fantoches continentais tinham sido sucessivamente tombados, e Roosevelt seguia sem conseguir envolver a América do norte no conflito, ao lado de “Albion”. Em 1941 a Alemanha era a clara vencedora em todas as frentes. E nesse momento de superioridade militar evidente, o vencedor estendeu a mão ao vencido.



Mas Hess não conseguiu se contatar com o Rei, nem com Churchill, que o mandou encarcerar enquanto estava vendo uma película dos irmãos “Marx”. Em vez de considerar, ao menos, a possibilidade de deter a matança entre povos europeus e, em caso de desacordo, permitir-lhe regressar a sua Pátria, o governo britânico tratou o mensageiro, que foi ali em missão de paz, como um prisioneiro de guerra qualquer e, mais tarde, como um criminoso de guerra, na farsa e paródia jurídica de Nuremberg.


O duque de Hamilton, rompendo, por fim, um silêncio que lhe foi imposto durante vinte anos, disse, em 25 de abril de 1962 que “certamente, a guerra teria podido terminar em 1940, mas a melhor oportunidade a facilitou o vôo de Hess, em maio de 1941”.


À parte da negativa em aceitar a proposta de paz do emissário de Hitler, o que chama a atenção neste caso é a maneira de proceder da Inglaterra para com um emissário que se apresentou voluntariamente. Os mensageiros de paz eram respeitados inclusive pelos peles vermelhas. A.J.P. Taylor, um conhecido escritor inglês, ao que nem com a mais calorosa imaginação pode chamar-se de "pró-nazista", reconheceu que o trato dado a Hess constitui uma “negra mancha sobre nossa honra”.


O próprio Winston Churchill ,em suas memórias do pós-guerra, manifestou estar muito contente de não “ser diretamente responsável pela maneira como se tratou a Hess… enviado de paz que veio a estas ilhas por sua própria vontade”.



Hess caminhando por Spandau


Hitler, tal como estava acertado no caso de fracassar a ação e missão de Hess, fez publicar um comunicado oficial declarando que seu lugar-tenente, Rudolf Hess, padecia, desde há algum tempo, de uma progressiva doença mental. Hitler reconheceu tacitamente sua participação na missão de paz de Hess quando, ao dar instruções a Wolff para estabelecer contatos de paz com os anglo americanos, disse-lhe: “Já sabe que, em caso de fracassar em sua missão, me verei obrigado a negar-lhe, como no caso de Hess”.


Depois do final da guerra, e durante a paródia e farsa jurídica de Nuremberg, Rudolf Hess, que tinha ido por sua própria vontade a Inglaterra a oferecer a paz, foi condenado a prisão perpétua como um “criminoso de guerra”.


Fontes oficiais inglesas, para cobrir-se ante o próprio povo britânico, chegaram a afirmar que a oferta de paz de Hess não podia tomar-se em consideração, não só por razões políticas, senão, sobretudo porque Hess estava louco. Em tal caso não se compreende e é inconcebível que a um louco se lhe encarcerasse e se lhe mantivesse de por vida numa prisão, e não num estabelecimento psiquiátrico. E também é inconcebível o trato indigno que se deu a um ancião enfermo, custodiado na fortaleza de Spandau, metido numa cela exígua, racionando o número de passos que podia dar ao cabo do dia, que não podia exceder de 1500 passos diários, que se contavam com um “passômetro” atado a uma perna.

Só podia receber uma visita ao mês, de quinze minutos de duração. Em certa ocasião, na que a Sra. Ilse Hess conseguiu entregar a seu marido uns tabletes de chocolate, teve um deputado trabalhista inglês que se levantou na Câmara dos Comuns para interpelar ao governo por não ter protestado oficialmente pela negligência dos vigilantes e carcereiros da prisão de Spandau.


Também se lhe censurava a correspondência, como se cressem que, desde o interior de sua cela estivesse preparando uma insurreição “nazista” em qualquer lugar do mundo. As tropas soviéticas, norte-americanas, francesas e inglesas monitoravam a vigilância em Spandau.Comunismo e democracia aliados para manter preso a um ancião na prisão-castelo de Spandau com capacidade para 600 reclusos, e onde se encontrava só um ancião, mas um ancião que venceu ideologicamente a seus carcereiros.



O trato dado a Hess foi indigno e desumano, e sobre este tema se têm escrito numerosos livros documentados como o de "Rudolf Hess, o prisioneiro de Spandau”, escrito pelo norte-americano Eugene Bird, que foi um de seus guardiões, e que é talvez o melhor dos livros que se escreveu sobre este tema, o que invalida qualquer argumentação baseada na ignorância. Os representantes dos "direitos humanos" conheciam muito bem o maltrato dado a Hess.

Afinal de contas, nem Hess nem seus dispersos seguidores podiam turvar as serenas digestões de tão elevadas instâncias morais nem pôr em perigo a cotação das ações do Banco do Espírito Santo – (Não se trata de uma brincadeira irreverente. O “Banco dei Spirito Santo” pertence à realidade, não à ficção) -, mas os patronos dos senhores terroristas sim podem fazê-lo. É triste, mas real. E igualmente pode dizer-se dessa ONG que se apresenta como a única organização defensora dos direitos “humanos”, Anistia Internacional, e que nunca, ao longo dos 42 anos que durou o cativeiro de Rudolf Hess, pediu clemência neste caso. Sim o fez para pedir a liberdade de Nelson Mandela, que esteve muitos menos anos em prisão em África do Sul, e não por ser negro, senão por ter sido o dirigente de uma organização terrorista chamada “Congresso Nacional Africano”, autora de atentados, assassinatos, sabotagens, etc, e hoje reconvertida num respeitável partido político igualmente defensor dos direitos “humanos” deles.


Finalmente, Rudolf Hess foi assassinado na prisão de Spandau em 17 de agosto de 1987, estrangulado por seus carcereiros ingleses, e a prisão foi derrubada. Os papéis e documentos sobre este caso, em poder dos serviços secretos britânicos não poderão ser postos à público até dentro de alguns anos, quando este triste caso já não possa ter muita repercussão.


A última campanha pró-liberdade de Rudolf Hess se realizou depois de conhecer-se sua morte com o lema “Rudolf Hess morreu. Agora já é livre”. Desde então, seus seguidores de diferentes nacionalidades celebram homenagens ao mártir da paz a cada 17 de agosto em Wunsiedel, em cujo cemitério descansava em paz, até que em 2011 seus restos mortais foram removidos, para evitar "aglomerações nazistas".


Digno de registro são as palavras que Rudolf Hess proferiu, ante o “Tribunal” de Nuremberg, no dia 31 de agosto de 1946:


“Não me defendo contra os acusadores, aos quais nego o direito de acusarem a mim e aos meus compatriotas. Não me defendo contra as acusações que competem aos assuntos internos da Alemanha, que nada importam aos estrangeiros.


Não protesto contra as declarações que afetam a minha honra e a honra do povo alemão. Durante longos anos da minha vida me foi concedido viver ao lado do homem mais poderoso produzido por meu povo em sua história milenar. Inclusive se pudesse, não desejaria apagar este tempo da minha existência.


Sinto-me feliz de haver cumprido com o meu dever como alemão, como nacional-socialista e fiel ao Führer. Não me arrependo de nada. Se tivesse que começar tudo de novo, trabalharia da mesma forma, inclusive se soubesse que me aguardaria, no final, uma fogueira para a minha morte. Pouco importa o que podem fazer os homens.


Comparecerei diante do Todo-Poderoso. A ele prestarei minhas contas e sei que me absolverá! "


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